Não há volta a dar-lhe, nalgumas coisas sou um homem como os outros... E anseio tanto pelo sabor da tua pele como pelo prazer da tua companhia. Não te poderei amar de corpo e alma se só amar a alma, tenho de amar o corpo também, e tu sabe-lo... Terei de despertar a fêmea que aguardas adormecida dentro de ti, adorar-te como Mulher que és. E se é certo que outros dias chegarão, esse também acabará por chegar. Numa noite de luar, num beijo arrancado inesperadamente, num desejo reprimido entre a vontade de revelá-lo, não sei, mas surgirá, é inevitável… E nesse momento mágico suspenso no infinito, os meus olhos tocarão os teus e seremos um único. Só então verás o que é ser desejada como só eu te poderei desejar, na plenitude. E então, rebuscando todas as forças reprimidas nas entranhas do meu ser, afastar-te-ei suavemente o cabelo dos ombros e dir-te-ei sussurrando ao ouvido: “quero-te…” Empurrar-te-ei para a cama, sem pudores ou licenças, sem medos ou crenças, amar-te-ei e serei teu, até que por fim me pertenças… Prisioneira da paixão ardente e privada da vontade de fugir, serás escrava dessa vontade demente, desses toques que te farão explodir... Sentirás arrepios, perderás o ar, far-te-ei gemer, far-te-ei gritar… Ficarás ofegante, perderás a razão, amar-te-ei de rompante, amar-te-ei sem perdão… Domar-te-ei esse desejo, entre beijos escaldantes e pernas entrelaçadas, entre gemidos ofegantes e costas arranhadas... Até que por fim, exaustos e aéreos, sem receios ou passado, tu adormecerás no meu peito, e eu adormecerei a teu lado… Dormiremos, espero eu, pois quem não dorme não sonha, e se já não sonhamos com nada neste mundo, deixaria de fazer sentido viver nele. Por isso sonharemos, sonharemos como sonha quem já tem tudo, ou como dorme quem já não precisa de nada. Entre carícias e mimo, de olhos fechados, não precisarás mais pensar, não veremos o mundo que nos rodeia, não nos lembraremos que amanhã será outro dia, não nos lembraremos que ao amanhecer terei de partir… Mas partirei, sabe-lo tão bem como eu… Deixando parte de mim contigo, a lembrança do meu perfume nos teus lençóis, o sabor dos meus beijos no teu lábio, mas partirei... Partirei porque é inevitável… Mas voltarei, todas as noites, entre sonhos e desejos, tão certo como esse dia chegar, tão certo como ansiares esse dia como eu. Só assim serei teu, não há volta a dar-lhe. Assim como não há volta a dar-lhe, nalgumas coisas sou um homem como os outros…!!
(Lipy_14\02\2012 ás 02.40 Vila Real)
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