quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Caí


Vivo por ti.
Permaneço em queda na imagem de ti.
Fico á tua espera. Agarra-me! Tu nem notas.
Deixo-me ir podendo dormir de ti, mas nem tento.
E entretanto a madrugada chega… fria e continua no dia que vem caindo.
Os dias tornaram-se uma longa queda.
O calor ficou nos teus olhos. Não dizes nada. Calas-te. Calo-me, permaneço na ilusão.
Falar? Basta-me o meu silencio de ti.
Tu não estás. Mas fico á espera. Puxa-me! Permaneces na minha queda… e sorrio… que importa a queda…vejo-te… os meus olhos olham-te… que importa a queda?
És a queda, a ilusão, o que me manteve suspenso. Grita!
E vou até ti… mas grita! Mata a minha queda. Agarra-me! Volta… peço: lembra-te! De nós.
Ampara-me para fora da aflição.
Leva-me ao encontro da nossa hora. Nunca mais vem.
Que digo? Nada mais sou em ti.
Por isso permanece a queda.

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