domingo, 12 de dezembro de 2010

Escrevo-te...


Escrevo-te, para quebrar a solidão dos meus dias, acompanhar-te na solidão das tuas noites, por entre todo o silêncio a que te votas. Escrevo-te porque quero ser a luz tremula que te ilumina a alma, a companhia que na distância te acalma.

Descubro-te, simplesmente pelo instinto, pelo sabor que provo no vento, gosto teu que me toca, instante aberto em que me entregas a verdadeira essência de ti. Desenho-te sabendo-te de cor, como se tivesses sido meu alguma vez, como se apenas te tivesse tocado, abraçado, beijado. Invento-te, na luz do dia, para que sejas real nos sonhos da Noite.

E tu, aí sentado, olhando a janela e vendo passar lá fora o mundo, perguntas-te, sou eu? E eu respondo-te, sim és tu, tu mesmo, que agora descobriste nas minhas palavras os teus sentimentos, nas minhas metáforas a realidade que vivias procurando. Utopia dirás, mas o que não é utópico? Até a própria realidade o será se deixarmos de acreditar nela.

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