Finda mais um dia. Em passos apressados, dirijo-me até o mar para lá contemplar o pôr-do-sol. Maravilhada, sento-me na areia, observando a mistura de rosas, laranjas, azuis e lilases que se vai escondendo, ao fundo do mar, deixando, apenas, o azul, mais escurecido, no céu. Penso em ti, em como tal beleza se tornaria em magia se abraçados estivéssemos. E adormeço, embalada pelo dissolver das ondas na praia, envolvida pela maresia que me acaricia o corpo e me afaga os cabelos, como dedos teus. Desperta pelas gotas do orvalho, olho pela neblina e vejo-te, sorrindo para mim e estendendo-me a mão. Levanto-me, pensando ilusão minha ser, enquanto murmuro o teu nome sem uma resposta tua ouvir. Sigo o calor que me chega de ti e que rompe a neblina, abrindo um sorriso no meu rosto por te sentir real. Aperto a tua mão com ternura enquanto te deitas na areia, levando-me contigo. Deito-me sobre o teu corpo. Beijo os teus lábios, tomo-os meus, contorno-os com a minha língua, desenho que sei de cor, inebrio-me com o teu sabor. Entregas-te, rendido ao prazer que em ti desperto. Beijo a tua língua que inicia um tango com a minha. Resvalam as mãos pelos corpos aportando nas ancas que, num encaixe perfeito, soltam gemidos de exultação. Escorregam as minhas pernas pelas tuas, pelo rio de suores aquando extasiados transpirámos. Abraçados, encosto a minha face à tua e sussurro-te: “Amo-te…”. Sobrevoam-nos as gaivotas em danças celestiais e cantos angelicais, adorando o nosso amor. Deliciados com tal veneração, ali ficamos, trocando suaves carícias, olhares cúmplices, contendo a vontade de estarmos um num outro, uma vez mais. Entrelaçam-se os dedos, enlaçam-se as pernas, unem-se os peitos, solta-se o perfume que nos deleita… O vento suave do bater das ondas e os raios de sol, “acordam-nos” para um novo dia. Caminhamos, de mãos dadas, ao longo da praia onde nos despedimos com um “Até já, meu amor!”.
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