Afinidade é um dos poucos sentimentos que resiste ao tempo e ao depois.
Afinidade não é o mais brilhante, mas o mais subtil, delicado e penetrante dos sentimentos.
E o mais independente também! Não importa o tempo, as ausências, os adiamentos, as distâncias, as impossibilidades.
Quando há afinidade, qualquer reencontro retoma a relação, o diálogo, a conversa, o afecto no exacto ponto em que foi interrompido.
Ter afinidade é muito raro. Mas quando existe não precisa de códigos verbais para se manifestar.
Existia antes do conhecimento, irradia durante e permanece depois de as pessoas se separarem.
Afinidade é estar longe, mas pensando igual.
É ficar conversando sem trocar palavras, é receber o que vem do outro com aceitação anterior ao entendimento.
Não é sentir nem sentir contra...Nem sentir para...Nem sentir por...Nem sentir pelo...
Afinidade é sentir com! Sentir com é não ter necessidade de explicar o que está sentindo.
É olhar e perceber...
É mais calar do que falar, ou, quando falar, jamais explicar: apenas afirmar!
Afinidade é ter perdas semelhantes e iguais esperanças.
É conversar no silêncio, tanto das possibilidades exercidas, quanto das impossibilidades vividas.
Afinidade é retomar a relação no ponto em que parou, sem lamentar o tempo de separação.
Porque tempo e separação nunca existiram, foram apenas oportunidades dadas pela vida...
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