quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FILHOS DA RUA..!!


Esquecidos por uma sociedade consumista, os sem abrigo encontram no Natal com os Sem Abrigo uma forma de enfrentar a miséria. Vêm de todos os cantos da cidade e trazem na bagagem histórias de vida que os amarguram até hoje.
Por diferentes razões, a vida pregou-lhes uma partida e agora tentam sobreviver num estranho modo de vida. Muitas pessoas não imaginam as privações, decepções e tristezas que abalaram a confiança de gente sem tecto, que a determinada altura da vida ficaram também sem chão.
O mesmo frio, a mesma solidão, no Porto como em Lisboa, assim como em qualquer parte do mundo. É com desconforto que tropeçamos nos sem abrigo das grandes cidades. Pessoas que perderam toda a sua dignidade social, escondidas entre trapos e cartões. Outras há, porém, que carregam na alma espezinhada, uma réstia de dignidade que as prende, por um fio ténue, a uma vida de cabeça erguida, embora miserável. É a pobreza envergonhada. São cerca de 200 000, para as estatísticas.
Não há ricos e pobres por decisão divina. A exclusão não é uma coisa natural. Nada disso vem na matriz genética, seja de quem for. Não é verdade que sejamos todos iguais perante as oportunidades, que a sociedade oferece aos seus constituintes. A sociedade não é justa. O direito do mais forte, não é um direito. É uma dominação. Um abuso.
“E se Deus é canhoto e criou com a mão esquerda? Isso explica, talvez, as coisas deste mundo”.Carlos Drummond de Andrade
Está na altura de emendarmos a mão.
É bom saber que as pessoas começaram a sentir de um modo muito mais vivo que os que se encontram caídas nas bermas são pessoas iguais a elas.

Para eles, um Feliz Natal

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