Olhei-te, fora dos olhos.
Escutei a maresia enquanto sonhava contigo de noite.
Estavas ausente de corpo como se de uma alma te tratasses.
Não te vi por dentro, nunca te conheci. Mas eu olhei-te, fora dos olhos.
E isto é quando nem sequer sabes, ou por ironia, nem sonhas...
Que te olhava profundamente. Rente à pele.
Via-te dormir, enquanto o meu sono leve me despertava durante a noite só para te ver.
Bem de perto.
Hoje encontro-me em reabilitação - e por isso digo-te:
um dia vou ver-te e virar a cara, sem me importar em Olhar para ti.
Porque hoje já não estás em todo o lado.
Desapareceste das luzes, dos carros, das paredes, e (quase) do meu coração.
Dou por mim a puxar pela cabeça em busca de memórias que construímos, e não gosto disso.
És passado.
Só quero que o meu coração deixe de se tornar cimento cada vez que se diz o teu nome.
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