És tu, que no teu silencio me escutas, que na tua distancia me sentes, que na tua solidao me esperas. Sou eu, aquela que voa pelos ceus ao teu encontro, que a cada Noite te abraca no vazio da tua alma, que a cada dia dorme em ti. Teu corpo abandona-se as agruras da vida, tua alma mata a sede do prazer que te negam nas palavras deste suco, deste nectar que te ofereco. Juntos, somos uma noite qualquer, onde as estrelas se fundem com o brilho dos olhares que nelas se fixam estarrecidamente, perdidos, na esperanca de se encontrar. Provo-te a pele despida, sabor salgado de ti, gosto distante que me adocica os labios e me deixa a boca sedente do teu ser. Devoro cada sulco, cada curva que desfaco, cada recta percorrida em nos, como se fosses a ultima corrida dum velho carro. Toco-te, na ponta dos meus dedos, como se fosses cordas duma viola inventada, pedaco de musica encantada que me embala para adormecer. Tudo isto, num segundo, um momento de imaginacao, em que os dedos escrevem sozinhos e as maos, geladas, se deixam conduzir para te tocar....!!
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